Poemas - O destinho do Tigre - Livro 4 - Colleen Houck ( Parte I)
- ingridoliveira195
- 15 de ago. de 2017
- 3 min de leitura
Fênix Que Renasce - Colleen Houck
A fênix que renasce conhece seu destino?
De vir ao mundo, tornar-se forte, aprender a voar
Construir um ninho, um companheiro procurar
Dormir, anisar e caçar no céu infinito?
Será que sabe que o fogo é seu futuro?
Que uma chama ira lhe por fim a vida?
Quando o calor que purifica animar a pira
O esforço terreno tornando-se obscuro?
Será que o pavor o peito lhe penetra?
Será que se arrepende de escolhas feitas ?
Será que a mágoa a crista lhe enfeita?
E que tem consciência do preço que perpetra?
Antes extraordinário, seu corpo queima
Enquanto lança gritos de parar e dor
Carbonizadas, suas penas perdem a cor
Negando a vida, uma lágrima teima.
De morte tão medonha, outra alma
Nova, assumindo seu lugar, emerge
Com determinação e proposito elege
Um glorioso amanhecer sem trauma!
Por ventura a fênix que renasce agradece
As cinzas negras que lhe dão a vida?
Sabe ela que o fogo seu destino lapida?
Desfruta a terra enquanto não parece?
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A Casa Trouxeram Morto Seu Guerreiro - Alfred, Lorde Tennyson
À casa trouxeram morto seu guerreiro:
Ela não desmaiou, nem emitiu ruido:
Suas damas todas disseram bem ligeiro:
Ela deve chorar ou seu fim será doído.
Então o enalteceram, como num breviário,
Chamaram-no digno de ser amado,
Amigo de confiança, nobre adversário;
Ainda assim, ela ficou imóvel e calada.
Levantou-se uma dama do lugar,
E para o guerreiro se encaminhou,
Removeu-lhe o véu do rosto devagar;
Ainda assim, ela não se moveu nem chorou
Ergueu-se uma aia de noventa anos,
Pôs -lhe no joelho o filho dele em segurança
E as lágrimas lhe vieram em oceano
Por ti eu vivo, minha doce criança.
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A Casa Abandonada - Alfred , Lorde Tennyson
Vida e pensamento foram embora
Lado a lado
Deixando janelas e portões escancarados.
Ó inquilinos descuidados nessa hora!
Lá dentro tudo é negro como a noite:
Nas janelas não resta luz;
E nenhum murmúrio o porta atiça,
Antes tão frequente a dobradiça.
Fechem a porta;
fechem as persianas;
Ou pelas janelas veremos em luto
A nudez e o vazio absolutos
Da escura casa abandonada e profana .
Saiam nada mais de regozijo
Há aqui ou sons de alegria.
A casa, antes um seguro esconderijo,
Irá ruir e voltar ao solo em agonia.
Saiam: pois Vida e Pensamento
Não habitam mais aqui;
Numa cidade gloriosa, porém-
Uma cidade grande e distante-, compraram
Uma mansão indestrutível.
Quem dera ele estivesse conosco também"
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Soneto XXX - William Shakespeare
Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio a dor que o amor já superara,
Deplorando o que desapareceu.
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorando e já sofrido,
Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento.
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Pensarei sempre em vocês, meus queridos amigos.
Até um dia ...
-Anik Kadam
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Visco - Walter de la Mare
Sob o visco sentado
( verde- pálido, visco encantado),
Da última vela o fogo quase apagado,
Idos todos os sonolentos dançarinos ,
Aceso, só um fogo pequenino,
Envolto por sombras eu me vi :
Então alguém veio e me beijou ali.
Cansado eu estava
Sob o visco cabeceava
( Verde- pálido, visco que encantava),
Não houve passos, nem voz, somente
Enquanto eu ali estava, solitário, indolente,
No ar imóvel e sombrio, eu me encolhi
Então lábios invisíveis- me beijaram ali.
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A reencarnação é o velho espirito dando origem a um novo, como uma chama que, antes de morrer, acende essa nova vela.
As velas são diferentes, mas a chama vem daqueles que partiram antes .
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Soneto L - William Shakespeare
Com que pesar enfrento a jornada.
Quando o procuro ( o triste fim do meu caminho)
Mostra-me, docilmente, a resposta que devo dar:
" Assim as milhas são marcadas para longe de teu amigo".
O animal que me carrega, cansado do meu pranto,
Cavalga firme, suportando o peso que levo comigo,
Como se por instinto, o animal soubesse
Que o cavaleiro de ti não quisesse se afastar.
As esporas sangrentas não o atiçam
Que, por vezes, o ódio toca-lhe por dentro,
E, prontamente, responde com um grunhido
Mais agudo pra mim do que ao esporeá-lo:
Pois o mesmo grunhido põe isto em minha mente:
Minha tristeza jaz a frente, e minha alegria, atrás.
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